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A (não tão) adorável psicótica

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Natália Klein tinha um blog, o Adorável Psicose. Nele, contava dos seus problemas, dilemas, receios, implicâncias e preocupações. E eram vários. Em seus diversos textos (o blog existe desde 2008), a auto-intitulada psicótica narrava, de maneira comicamente ácida e irônica, as situações pelas quais Natália (a personagem) passava. Situações baseadas em histórias reais que aconteceram com Natália (a autora).

Natália Klein em um adorável momento de psicose

Natália (a personagem) expõe suas idéias e pensamentos levemente maldosos e muito engraçados ao longo da narração de cada situação. Com um tom meio feminista, embora muitas vezes traga visões bem machistas de relacionamentos, Natália (a autora) destrói convenções sociais através da “psicose” e paranóia de Natália (a personagem). Mais voltado para o público feminino, o blog tem muito sucesso entre as mulheres, e até mesmo entre os homens tem um público fiel – Natália (a blogueira) explica que o blog tem “coisas de mulherzinha”, mas também serve para os homens (tentarem) entender a mente feminina. E, segundo ela, todos somos psicóticos.

Natália (a autora) foi convidada para transformar Natália (a personagem) em uma série de TV.

Adorável Psicose (a série) estreou dia 17 de outubro no canal Multishow. Natália Klein (a atriz) interpreta Natália (a personagem) com textos de Natália Klein (a criadora). Se for me basear pelo primeiro episódio, diria que a série tem futuro. Natália (a roteirista) consegue manter todo o humor seco e sarcástico dos textos de Natália (a blogueira) com diálogos inteligentes e uma narração debochada. Já Natália (a atriz) interpreta Natália (a personagem) de maneira muito convincente, até parecem a mesma pessoa.

Cartaz de divulgação da série

Além do destaque (pau para toda obra) de Natália (todas), Adorável Psicose (a série) muda um pouco o enfoque em relação a Adorável Psicose (o blog). Na série, Natália (a personagem) conta as histórias para a psicóloga, em vez de apenas desabafar para suas leitoras.

Não sei qual será a recepção por parte dos psicólogos, já que Natália (qualquer uma delas) não é uma psicótica de fato. O termo é utilizado para deixar claro que Natália (não sei mais qual) é insegura, paranóica, obsessiva, neurótica, orgulhosa, mentirosa, desconfiada, irritada, exagerada, enfim. Digamos que elas sejam complicadas. Não psicóticas. Mas certamente adoráveis.

[Natália (a blogueira) explica que o nome surgiu de uma conversa do MSN. Ao reclamar de um ficante para um amigo, este a chamou de psicótica, mas adorável. Certamente sem pretensões psicológicas.]

Abaixo, o vídeo de promoção da série: Adorável Psicose

Para esta temporada inicial, foram feitos cinco episódios de 15 minutos da série, que tem direção de Júlia Rezende e Gustavo Chermont. No ar domingos, às dez e meia da noite, no canal de TV por assinatura Multishow. Ainda não há previsão de uma segunda temporada, mas se continuarem adaptando a fórmula de sucesso do blog como o fizeram no primeiro episódio, certamente terá público. E é só disso que dependem as temporadas seguintes.

Recomendo: o blog; a série, todas as Natálias.


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